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sábado, 23 de julho de 2011

Lobo de Gúbio

No tempo de Francisco, havia uma cidade chamada Gúbio que era atacada por um feroz lobo, que devorava tanto os animais, quanto os habitantes da cidade ou os estrangeiros que dela se aproximassem. Todos andavam armados quando saíam da cidade, como se fossem para um combate. Francisco, tendo compaixão dos habitantes da cidade, quis sair ao encontro do lobo. Ao avistá-lo, o lobo foi ao encontro de Francisco com a boca aberta. Aproximando-se, Francisco fez o sinal da cruz e disse-lhe: “Vem cá, irmão lobo, ordeno-te da parte de Cristo que não faças mal nem a mim nem a ninguém”.

O lobo aproximou-se mansamente e Francisco continuou: “Irmão lobo, tu fazes muitos danos nesta terra, destruindo e matando criaturas de Deus sem sua licença. E toda a gente murmura contra ti e toda esta terra te é inimiga. Mas eu quero, irmão lobo, fazer a paz entre ti e eles, de modo que tu não mais os ofenderás e eles perdoar-te-ão todas as ofensas, e nem homens nem cães perseguir-te-ão mais”.

Ditas essas palavras, o lobo, com o movimento da cauda e das orelhas e com a inclinação da cabeça, mostrava aceitar o que Francisco dizia. E Francisco continuou: “Irmão lobo, desde que é de teu agrado conservar esta paz, prometo que os habitantes da cidade te irão alimentar enquanto viveres, para que não sofras fome, porque sei que é pela fome que fizeste tanto mal”. Depois disso, foi com o lobo para a praça da cidade e todos se admiravam com a mansidão do lobo que antes lhes causava tanto medo. Aos frades que cortavam lenha, proibia arrancar a árvore inteira, para que tivesse esperança de brotar outra vez. Mandou que o responsável pela horta deixasse de cavar o terreno ao redor da horta, para que, a seu tempo, o verde das ervas e a beleza das flores pudessem apregoar o Pai de todas as coisas. Mandou reservar um canteiro na horta para as ervas aromáticas e para as flores, para lembrarem a suavidade eterna aos que as olhassem.

Recolhia do caminho os vermezinhos, para que não fossem pisados, e mandava dar mel e o melhor vinho às abelhas, para não morrerem de fome e frio no inverno. Chamava de irmãos todos os animais. Por sua vez, todas as criaturas procuravam retribuir o amor do santo e corresponder com gratidão a seus merecimentos. Sorriam quando as acariciava, atendiam quando ele as chamava e obedeciam quando ele mandava.

Próximo de sua morte, Francisco ficou muito doente dos olhos, ficando quase cego. Chamaram um médico para tratá-lo. O tratamento daquela época era queimar a fronte com um ferro em brasa. O médico veio e mandou colocar o ferro no fogo até ficar em brasa. O bem-aventurado Francisco, assim falou com o fogo: “Meu irmão fogo, o Altíssimo te fez forte, bonito e útil, para revelares a beleza das outras coisas. Sê meu amigo nesta hora, sê delicado, porque eu sempre te amei no Senhor. Rogo ao grande Senhor que te criou, para que abrande um pouco o teu calor, para que queime com suavidade e eu possa agüentar”. O médico pegou nas mãos o ferro em brasa, os frades fugiram por respeito, mas Francisco se apresentou ao ferro com alegria. O instrumento entrou em sua carne a cauterização se estendeu desde a orelha até o supercílio. E Francisco disse aos seus irmãos: “Porque fugistes? Na verdade eu vos digo que não senti nem o ardor do fogo nem dor alguma em minha carne”.

Para Francisco, a fraternidade deve ser vivida não somente entre as pessoas, mas também entre todas as criaturas, pois todas elas são obras do mesmo Criador. A natureza não é inimiga do homem, mas a sua irmã, que o alimenta, veste, encanta-lhe com a sua beleza e poesia.

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