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domingo, 24 de julho de 2011

Os verdadeiros orantes buscam as estrelas....




Rezar nada mais é do que prestar atenção a esse gemido do Espírito que mora em nós. Trata-se de acolhê-lo e não sufocá-lo. Pode ser que, em alguns dias ou determinados tempos, o desejo de Deus parecerá morto. Em outras ocasiões ele brotará de novo. "Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos juntos" (Ap 3,20). Abrir a porta significa não caminhar sozinho, mas desejar ser
acompanhado por esta presença misteriosa. Os que
se fecham ao Senhor se esterilizam.
Reflexão e recolhimento, momentos de estudo e outros de silêncio, o Oficio da Igreja e o júbilo da missa de todos os dias!!! Para que isso seja possível será fundamental não perder o caminho do coração. “O Espírito abre o ser humano ao futuro imprevisto de Deus. Nele desperta-se uma “faculdade interior” e se descobre que o homem é dotado de um sentido interior – que a Bíblia chama de “coração” – capaz de relacioná-lo com Deus. Se para o homem é difícil entrar em relação com Deus, é porque perdeu o caminho do coração que, como diz São Paulo, foi privado de inteligência e deixou-se envolver pelas trevas. Francisco encontrou de novo o caminho do coração onde o “Espírito se une ao nosso espírito”, se formos atentos à sua ação” (M. Hubaut, op.cit., p. 55).

Francisco, com efeito, é visitado pelo Espírito. Ele “sempre procurava um lugar escondido em que pudesse unir a seu Deus não só o espírito, mas também cada membro. Quando era subitamente agraciado em público pela visita do Senhor, para não estar sem cela, fazia do manto uma pequena cela. Muitas vezes, faltando-lhe o manto, para não revelar o maná escondido, cobria o rosto com a manga. Sempre interpunha algo aos presentes, de modo que, inserido entre muitos no estreito espaço de um navio, rezava sem ser visto. Finalmente, não podendo nada destas coisas, fazia do peito um templo. O esquecimento de si e a absorção em Deus fizeram desaparecer tosses e gemidos, respirações duras e gestos externos” (2Celano 94).

Oração a Santa Clara









Clara, santa cheia de claridade,
Irmã de São Francisco de Assis,
Intercede pelos teus devotos
Que querem ser puros e transparentes.
Teu nome e teu ser
Exalam o perfume das coisas inteiras
E o frescor do que é novo e renovado.
Clareia os caminhos tortuosos
Daqueles que se embrenham
Na noite do próprio egoísmo
E nas trevas do isolamento.
Clara, irmã de São Francisco,


 Coloca em nossos corações
A paixão pela simplicidade, A sede pela pobreza,
A ânsia pela contemplação. Te suplico, Irmã Lua,
Que junto ao Sol de Assis
No mesmo céu refulge,
Alcança-nos a graça que,
Confiantes vos pedimos.
Santa Clara, ilumina os passos
Daqueles que buscam a claridade!
Amém!

Francisco continuamente refletia com Amor a Palavra de Deus em seu Coração.






O Poverello de Assis palmilhou a estrada de sua existência no e a partir do Evangelho de Cristo. Foi na Sagrada Escritura que Francisco encontrou aconchego, conselho e exortações para sua vida. Na Palavra de Deus o Homem de Assis soube certamente buscar o que ansiava sua alma, e estabeleceu nesta Palavra o fundamento de sua vida.


São Francisco radicalmente viveu o Evangelho, não porque era um homem santo desde seu nascimento, pelo contrário, soube abrir espaço em seu coração para escutar, amar, refletir e viver a Palavra de Deus. Seu Hagiógrafo, Celano escreve que Francisco era uma homem sem muita instrução, no entanto, iluminado por Deus acolheu a Boa-Nova e a colocou em sua vida.




“Francisco embora não tenha tido nenhum estudo, aprendeu a sabedoria do alto, que vem de Deus, e iluminado pelos fulgores da luz eterna não era pouco o que entendia das sagradas Escrituras. Sua inteligência purificada penetrava os segredos dos mistérios, e, onde ficava fora a ciência dos mestres, entrava o afeto cheio de amor. Lia, às vezes, os livros sagrados e o que punha uma vez na cabeça ficava indelevelmente gravado em seu coração. Usava a memória no lugar dos livros, porque não perdia o que ouvia uma vez só, pois ficava refletindo com amor em contínua devoção” (1)






Embora Francisco mesmo em seu testamento considerava-se “iletrado”, ele soube profundamente compreender a Palavra de Deus. Para tanto, o método do Poverello é simples. Podemos compreendê-lo em três palavras: ouvir, refletir e viver. Ouvir no modo franciscano não significa uma predisposição da orelha para ouvir a algo que me é dito, ouvir está na vertente do auscultar, que por sua vez diz do modo simples de ouvir atentamente. Quem ouve atentamente a algo ouve com o coração. Uma vez ouvido com o coração Francisco memoriza a Palavra de Deus e reflete profundamente com amor em seu coração, aqui é necessário dizer que para este modo de refletir a Palavra de Deus é preciso abrir-se a luz da divina sabedoria. Quando nos ‘pré-dispomos’ a refletir algo sob a luz divina percebemos que tal reflexão flui em nosso coração, pois é próprio Deus agindo em nosso ser.

A palavra reflexão denota um modo próprio de voltar-se sobre si mesmo. O nome flexão diz do ato de dobrar-se, curvar-se. O prefixo re apresenta o modo próprio desta ‘dobradura’ – ‘curvatura’, ou seja, denota ‘voltar’, ‘retornar’. Então, re+flexão diz do modo de dobrar-se novamente, de curvar-se repetidas vezes sobre si mesmo. Justamente é isto que Francisco faz em sua vida, repetidas vezes reflete a Palavra de Deus, no entanto, este ato reflexivo não é mecânico, muito menos por obrigação, e sim é acompanhado da liberdade de espírito. Celano assegura que Francisco reflete continuamente com AMOR. Aqui é necessário destacar que é uma reflexão amorosa da Palavra de Deus. Refletir com amor, então, é parte integrante da vida de Francisco, e certamente, isto ele o fez durante toda a sua existência.

A terceira palavra do método de Francisco é ‘viver’. O Poverello não só refletia, mas tornou-se a Palavra de Deus viva. Quando se reflete com amor o que se reflete torna-se vivo. Tal reflexão, então, conduz-nos a vivenciar a Palavra de Deus, aqui também quem nos impulsiona a viver a Boa-Nova é a própria luz da sabedoria Divina, ou seja, Deus mesmo colabora para com a vivência de sua Palavra.

Sendo assim, ouvir, refletir, amar e viver a Palavra de Deus foi o cotidiano da vida de Francisco. Por isso, entendemos que “para o santo de Assis a Sagrada Escritura se define como uma pedagogia divina. Nela e com ele Francisco cresceu até a maioridade do amor. Através da Sagrada Escritura atingiu a união com Deus e a contemplação, que Boaventura chamava de o prêmio da felicidade eterna”

Amor Franciscano


Abraçar cada ser, fazer-se irmã e irmão,
Ouvir a cantiga do pássaro na rama,
Auscultar em tudo um coração
Que pulsa na pedra e até na lama,
Saber que tudo vale e nada é em vão
E que se pode amar mesmo quem não ama,
Encher-se de ternura e compaixão
Pelo bichinho que por ajuda clama,
Conversar até com o fero lobo
E conviver e beijar o leproso
E, para alegrar, fazer-se de joão-bobo,
Sentir-se da pobreza o esposo
E derramar afeto por todo o globo:
Eis o amor franciscano: oh supremo gozo!
(Leonardo Boff)

sábado, 23 de julho de 2011

Francisco e o presépio






Francisco celebrava o Natal do Menino Jesus com mais alegria que todas as outras solenidades, pois afirmava que era a festa das festas, em que Deus, feito um menino pobrezinho, dependeu de peitos humanos para se amamentar. Queria que, nesse dia, os pobres e os esfomeados fossem saciados pelos ricos, e que se concedesse uma ração maior de feno para os bois e os burros. Até disse: “Se eu pudesse falar com o imperador, pediria que promulgasse esta lei geral: que todos que puderem joguem pelas ruas trigo e outros grãos, para que nesse dia tão solene tenham abundância até os passarinhos e, principalmente, as irmãs cotovias”.


Próximo a Assis havia um lugar chamado Greccio, onde Francisco costumava recolher-se com freqüência para rezar. Três anos antes de sua morte, Francisco quis celebrar o Natal nesse lugar. Mandou chamar um amigo e disse-lhe: “Se você quiser que nós celebremos o Natal em Greccio, é bom começar a preparar o lugar como eu vou indicar-lhe. Quero lembrar o menino que nasceu em Belém, os apertos que passou, como foi posto num presépio, e ver com os próprios olhos como ficou em cima da palha entre o boi e o burro”. Ouvindo isso, seu amigo fez como Francisco havia lhe dito: preparou o lugar com palha e levou para lá um boi e um burrinho.


Chegou o dia de Natal e de muitos lugares foram chamados os ir mãos: homens e mulheres que prepararam tochas de fogo para iluminar a noite. Por fim, chegou Francisco, feliz por ver que tudo havia sido preparado como combinado. A noite ficou iluminada como o dia e o bosque ao redor ressoava com as vozes que ecoavam nos morros. Os frades cantavam os louvores pelo nascimento do salvador. Francisco parou diante do presépio e suspirou, cheio de piedade e de alegria. A missa foi celebrada ali mesmo, por um sacerdote que se encontrava presente. Embora antes de São Francisco já houvesse o costume de representar o nascimento de Jesus com o presépio, foi Francisco que, em Greccio, difundiu essa bonita e singela tradição.






Lobo de Gúbio

No tempo de Francisco, havia uma cidade chamada Gúbio que era atacada por um feroz lobo, que devorava tanto os animais, quanto os habitantes da cidade ou os estrangeiros que dela se aproximassem. Todos andavam armados quando saíam da cidade, como se fossem para um combate. Francisco, tendo compaixão dos habitantes da cidade, quis sair ao encontro do lobo. Ao avistá-lo, o lobo foi ao encontro de Francisco com a boca aberta. Aproximando-se, Francisco fez o sinal da cruz e disse-lhe: “Vem cá, irmão lobo, ordeno-te da parte de Cristo que não faças mal nem a mim nem a ninguém”.

O lobo aproximou-se mansamente e Francisco continuou: “Irmão lobo, tu fazes muitos danos nesta terra, destruindo e matando criaturas de Deus sem sua licença. E toda a gente murmura contra ti e toda esta terra te é inimiga. Mas eu quero, irmão lobo, fazer a paz entre ti e eles, de modo que tu não mais os ofenderás e eles perdoar-te-ão todas as ofensas, e nem homens nem cães perseguir-te-ão mais”.

Ditas essas palavras, o lobo, com o movimento da cauda e das orelhas e com a inclinação da cabeça, mostrava aceitar o que Francisco dizia. E Francisco continuou: “Irmão lobo, desde que é de teu agrado conservar esta paz, prometo que os habitantes da cidade te irão alimentar enquanto viveres, para que não sofras fome, porque sei que é pela fome que fizeste tanto mal”. Depois disso, foi com o lobo para a praça da cidade e todos se admiravam com a mansidão do lobo que antes lhes causava tanto medo. Aos frades que cortavam lenha, proibia arrancar a árvore inteira, para que tivesse esperança de brotar outra vez. Mandou que o responsável pela horta deixasse de cavar o terreno ao redor da horta, para que, a seu tempo, o verde das ervas e a beleza das flores pudessem apregoar o Pai de todas as coisas. Mandou reservar um canteiro na horta para as ervas aromáticas e para as flores, para lembrarem a suavidade eterna aos que as olhassem.

Recolhia do caminho os vermezinhos, para que não fossem pisados, e mandava dar mel e o melhor vinho às abelhas, para não morrerem de fome e frio no inverno. Chamava de irmãos todos os animais. Por sua vez, todas as criaturas procuravam retribuir o amor do santo e corresponder com gratidão a seus merecimentos. Sorriam quando as acariciava, atendiam quando ele as chamava e obedeciam quando ele mandava.

Próximo de sua morte, Francisco ficou muito doente dos olhos, ficando quase cego. Chamaram um médico para tratá-lo. O tratamento daquela época era queimar a fronte com um ferro em brasa. O médico veio e mandou colocar o ferro no fogo até ficar em brasa. O bem-aventurado Francisco, assim falou com o fogo: “Meu irmão fogo, o Altíssimo te fez forte, bonito e útil, para revelares a beleza das outras coisas. Sê meu amigo nesta hora, sê delicado, porque eu sempre te amei no Senhor. Rogo ao grande Senhor que te criou, para que abrande um pouco o teu calor, para que queime com suavidade e eu possa agüentar”. O médico pegou nas mãos o ferro em brasa, os frades fugiram por respeito, mas Francisco se apresentou ao ferro com alegria. O instrumento entrou em sua carne a cauterização se estendeu desde a orelha até o supercílio. E Francisco disse aos seus irmãos: “Porque fugistes? Na verdade eu vos digo que não senti nem o ardor do fogo nem dor alguma em minha carne”.

Para Francisco, a fraternidade deve ser vivida não somente entre as pessoas, mas também entre todas as criaturas, pois todas elas são obras do mesmo Criador. A natureza não é inimiga do homem, mas a sua irmã, que o alimenta, veste, encanta-lhe com a sua beleza e poesia.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Frases de Sao Francisco

"E se por esse motivo tiver de suportar perseguições da parte de alguém, que então o ame ainda mais por amor de Deus."




"Ao servo de Deus nada deve desagradar senão o pecado." "Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, em breve estarás fazendo o impossível."






"Onde a pobreza se une à alegria, não há cobiça nem avareza."




"Louvado sejas, meu Senhor, por nossa irmã a Morte corporal, da qual homem algum pode escapar. Ai dos que morrerem em pecado mortal! Felizes os que ela achar conformes à tua santíssima vontade, porque a morte segunda não lhes fará mal!" (O cântico do Irmão Sol)



"E depois que o Senhor me deu irmãos ninguém me mostrou o que eu deveria fazer, mas o Altíssimo mesmo me revelou que eu devia viver segundo a forma do santo Evangelho." (Testamento de São Francisco - 1226)



"E o Senhor me deu e ainda me dá tanta fé nos sacerdotes que vivem segundo a forma da santa Igreja Romana, por causa de suas ordens, que, mesmo que me perseguissem, quero recorrer a eles. E hei de respeitar, amar e honrar a eles e a todos os outros como a meus senhores." (Testamento de São Francisco - 1226)



"E como apareceu aos santos apóstolos em verdadeira carne, também a nós e do mesmo modo que eles, enxergando sua carne, não viam senão sua carne, contemplando-o contudo com seus olhos espirituais creram nele como no seu Senhor e Deus (cf. Jo 20,28), assim também nós, vendo o pão e o vinho com os nossos olhos corporais, olhemos e creiamos firmemente que Ele está presente."

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Dia do Perdao

Em 1216 São Francisco de Assis estava orando na igrejinha da Porciúncula, quando de repente ela torna-se iluminada, e São Francisco de Assis vê sobre o altar o Cristo revestindo de luz e à sua direita a Mãe Santíssima. E eles perguntam a São Francisco o que ele desejava para que as almas fossem salvas? Assim ele Os pede que seja concedido um generoso perdão a todos que se arrependessem e confessassem seus pecados, e fossem visitar aquela igrejinha.
E o Senhor acolhe a sua oração e propõe que ele peça ao Seu Vigário na terra, de Sua parte, esta indulgência. E São Francisco vai até ao Papa Honório III e conta-lhe a visão que tinha tido.


E Feliz caminha até à porta, negando qualquer documento que comprove a autorização do Papa, bastava-lhe a sua palavra, o documento seria a Santíssima Virgem Maria, o Senhor como escrivão e os Anjos as testemunhas.


O Perdão de Assis é uma manifestação da misericórdia de Deus e um sinal do amor apostólico de São Francisco, que disse alguns dias depois em lagrimas: "Meus irmãos, quero que todos vocês vão ao Paraíso!"


Esta indulgência é dada somente em um dia do ano: começa às 12 horas do dia 01 de agosto até o final da tarde de 02 de agosto, todo ano.Este dia tem como padroeira Nossa Senhora dos Anjos, e foi estendida a qualquer Igreja Católica do mundo.


Assim, ganham a Indulgência, todas as pessoas que tendo feita a confissão sacramental, visitarem uma Igreja nos dias mencionados, receberem a comunhão eucarística e rezarem um "Pai nosso", uma "Ave Maria" e um "Glória", pelas intenções do Santo Padre,o Papa .Assim sendo, poderão utilizar a Indulgência em seu próprio benefício,em favor de pessoas falecidas ou daquelas que necessitam de conversão do coração.






sexta-feira, 8 de julho de 2011

Frase de Santos

Para mim, a oração é um impulso do coração, um simples olhar dirigido para o céu, um grito de agradecimento e de amor, tanto do meio do sofrimento como do meio da alegria. Em uma palavra, é algo grande, algo sobrenatural que me dilata a alma e me une a Jesus."

Santa Terezinha do Menino Jesus

MÃES DE CORAÇÃO FRANCISCANO





1. Uma das pessoas mais importantes de nossa vida e do mundo é, sem dúvida, a figura da mãe. O tema é vasto e polêmico e pode ser visto de diferentes maneiras. Não podemos fazer coro com a sociedade de consumo que, de modo particular no mês de maio, faz das mães objeto de consumo. As lojas mais simples e aquelas de grife esperam sempre um faturamento excepcional por ocasião da festa das mães. Querem aumentar suas vendas de não sei quantos por cento... com relação ao ano passado....Por isso, nesse tempo cortejam a mãe...simplesmente por interesse...
2. Ser mãe não é uma fatalidade, mas uma vocação. Não basta apenas gerar o corpo da criança. A mãe ( e também o pai) estarão ao lado dos filhos até que esses possam ser pessoas de pé e mesmo depois. A mãe dá suas proteínas e sais minerais, coloca a criança no mundo e, de perto e de longe, acompanha seus passos e descompassos. Deus sabe como é difícil hoje colocar um filho no mundo e sobretudo educá-lo conforme as coisas do bom senso e do Evangelho, da sabedoria e do Coração de Deus.
3. Há essas preocupações dos primeiros tempos. Há a inexperiência do primeiro filho. Há o cansaço devido ao trabalho fora de casa. Há um marido que pode se fazer presente na vida do lar ou então se omitir completamente. Insistimos: ser mãe não é fatalidade. É uma decisão. A criança só pode chegar ao mundo quando puder se acolhida numa casa, num lar onde pai e mãe se estimam e estão ali para acolher o mistério da pessoa de cada filhos.
4. Numa dessas instituições de amparo à maternidade encontramos muitas vezes meninas de 12 ou 13 anos que já são mães e ali são acompanhadas por pessoas de boa vontade ou profissionais da medicina. Não é normal que uma criança venha ao mundo em tais condições. Não podemos aceitar que os meios de comunicação social aceitem o fenômeno do mãesolteirismo com tanta facilidade.
5. A mãe percorre um longo caminho através da vida. Antes de tudo ela é esposa. Encontrou um homem com o qual decidiu fazer história. Ele é seu esposo, seu marido, seu companheiro. Um casal verdadeiramente conjugal é a melhor garantia do sucesso do acompanhamento e da educação do filho. O filho não pode ser uma fuga da vida conjugal da mulher....
6. Aparecem, no começo, os sinais da gravidez, os meses todos, os primeiros anos, a escola, a catequese, as companhias, o despertar da adolescência, a catequese, a primeira comunhão, os estudos superiores, as saídas à noite, o tempo de namoro, o casamento bem ou mal sucedido, os netos.... A mulher nunca acaba de ser mãe...E quando está para morrer, bem idosa, ainda tem uma séria preocupação. Seus dois filhos não se falam... Como poderá ela morrer em paz quando seus filhos, esses dois que saíram de seu ventre, não se falam, não se estimam?
7. Penso naquela senhora que é chamada a reconhecer o corpo do filho no IML. Ela chega com seu chinelo de dedo e procura entre os corpos o corpo de seu filho, que, segundo lhe informaram, estava numa das dependências do dito instituto. “Meu marido morreu e eu tive que criar esse menino e duas garotas... Sebastião estava sumido há algum tempo...mais de dois anos. Estava nas drogas. Deve ter roubado e matado. O menino que saiu de meu ventre que eu tanto amo e que, certamente, matou... Esse corpo é de meu filho Sebastião, corpo tão parecido com o corpo de meu marido e com essa cicatriz perto dos olhos devido a um arranhão numa cerca de arame farpado.. Podem enterrar... eu não tenho condições de providenciar para meu filho nem mesmo um caixão...”
8. Precisamos sempre de novo insistir no tema das mães cristãs. O mundo vive um momento de transformação e, no seio da família, ainda é possível transmitir os elementos necessários para que as crianças aceitem a fé cristã em suas vidas. No meio de tanta perplexidade será importante que as crianças tenham um ponto de referência cristã na figura de suas mães. A mãe será, antes de tudo, uma discípula de Jesus e não apenas alguém que tem sentimentos religiosos mais ou menos vagos. Insistimos: que a mãe seja discípula de Jesus. Ela poderá e deverá se revestir das cores e dos traços do Evangelho: despojamento, serviço, disponibilidade, humildade, simplicidade, espírito de perdão e misericórdia. A mãe cristã respeita a liberdade dos filhos, se faz discretamente presente em sua história e em sua vida, tem a habilidade de mostrar aos filhos, sobretudo pelo seu testemunho, que Cristo é o sentido de sua vida e pode ter também deles, desses que são seus filhos.
9. Neste contexto poderíamos falar também traços franciscanos no perfil de uma mulher mãe:
• Num mundo de individualismo e de salve-se-quem-puder uma mãe franciscana despertará o interesse pelos outros, como Francisco tinha pelas coisas, pelas pessoas, pela obra de Deus. Fará de sua casa um laboratório de prestação de serviços e de mútua solidariedade.
• Num mundo de indiferentismo a mãe franciscana saberá dizer que os irmãos, as pessoas se amem precisamente com um amor de mãe como Francisco queria que os frades se amassem.
• Franciscanamente a mãe transmite carinho pela Eucaristia e fé nos sacerdotes, como era o estilo de Francisco. Ela leva os filhos ao templo, aponta para a lamparina vermelha e pede que os filhos aprendam aquela belíssima oração: “Nós vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus....”.
• A mãe franciscana ensina aos filhos o cuidado pelos mais abandonados, assim como Francisco cuidou dos leprosos. Muitas vezes ele os leva até certos lugares onde possam ser consolo dos que sofrem e voz dos sem voz.
• Uma mãe franciscana, neste tempo de desrespeito pela natureza, pelo criado, pelas matas e pela água cria em casa um senso aguçado de atenção pela conservação e preservação da natureza.
• Num mundo de consumo, numa sociedade que transforma as pessoas em objeto de consumo, a mãe franciscana vive a simplicidade, a partilha, o despojamento, a parcimônia...Os filhos não serão melhores porque fizeram viagens a Disney World. Não dá mais para ver essas mães que fazem de seus filhos escravos da aparência e gente sem personalidade.
• A mães da terra trazem em seu semblante traços da mãe de Jesus, de Maria de Nazaré.
(Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM)

O Encontro de Francisco com Cristo


Básico na evolução espiritual de Francisco foi seu encontro com Cristo. Não apenas um encontro intelectual ou espiritual, ou até convencional, mas um encontro vivo e concreto, radical e comprometido; um encontro que modificou não apenas as concepções ou os conceitos, mas a própria maneira de ver e de levar a vida.

Como por uma intuição, começou a perceber o Evangelho sob um outro ângulo: mais simples, menos complicado, mais humano e possível de ser vivido.





Não fazia da leitura do Evangelho uma fonte de teses e de hipóteses, muito a gosto dos seus contemporâneos, mas convenceu-se de que se tratava de espírito e vida.

Dotado de um caráter prático, ia logo às consequências.

Assim, ouviu na leitura do Evangelho que Cristo enviara seus apóstolos a missionar o mundo, sem levarem bolsa ou dinheiro, duas túnicas ou sapatos, numa palavra: sem nenhuma preocupação material ou garantia humana, ele lança fora tudo o que supunha supérfluo e começa a pregar, na liberdade plena de quem cortou todas as amarras.

Faz da POBREZA um ponto base de sua espiritualidade, a ponto de ser a pobreza FRANCISCANA, isto é, como a concebeu e viveu Francisco, a melhor caracterização que se pode dar a um estado de despojamento. Não se trata apenas do não-ter-bens ou posses, mas antes de um espírito de SER POBRE, donde nasce um relacionamento novo com os bens materiais.

Novo não só para si, mas como modelo para o cristão.

Não vê nos bens um perigo em si, como se fossem intrinsecamente maus, como se professara, em parte, nos meios espirituais medievais.

Todos são dons de Deus. Não é necessário fugir dos bens materiais, evitá-los ou exorcisá-los. É preciso aproximar-se equilibradamente e transformá-los em companheiros da jornada. Não se deixar possuir por eles, escravizando-se a eles. Mas conviver com eles, conservando a liberdade e a dominação. Sem nunca perder de vista que eles também são criaturas de Deus. Por serem dons devem ser respeitados e usados dentro de um projeto que o doador dos mesmos elaborou.

Por isso, o franciscanismo se torna, em definição bem resumida, um modo especial de VER as coisas e uma forma própria de CONVIVER com elas.

Passando em revista a maneira equilibrada como São Francisco se relacionou com as realidades terrenas e espirituais, acabamos por ter uma noção do que vem a ser FRANCISCANISMO.

Tudo isso, a partir da pessoa de Cristo, que se tomou para Francisco um ponto referencial. O que ele queria era IMITAR copiar, reproduzir este Cristo, em seu comportamento, em seus valores, em suas concepções, em seus relacionamentos com Deus e com o homem. Para isso o livro base era o Evangelho.

Nele encontrava o seu vade-mécum, vale dizer, seu itinerário, a forma de caminhar na história. Donde, Cristo, o homem que passou pela história, e Evangelho, a Palavra de Deus que Cristo deixou, tornaram-se para ele sinônimos e o fecho luminoso a rasgar caminhos e iluminar a noite das ambigüidades em que o homem, peregrino, se vê envolvido.

A Regra que ele escreveu, ou seja, o resumo de exigências feitas à pessoa que deseja seguir as pegadas de Francisco, começa com as palavras. "A vida e a Regra dos Frades Menores é esta: viver o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo...".

Emprega a palavra "viver" para expressar que a finalidade de alguém entrar na Ordem Franciscana, ou o essencial de um Franciscano, é traduzir na vida diária a forma de vida contida no Evangelho, que, por sua vez, leva o homem a copiar a vida de Jesus Cristo.

Francisco tornou-se, então, um como redescobridor de Cristo como homem. Realizou uma releitura da humanidade de Cristo. Impressionou-se profundamente com a realidade de que Deus assumiu a forma humana. Assim fez o Cristo como que voltar à sua condição de homem, quando a teologia e a liturgia haviam acentuado o Cristo como Deus e como glorioso, esquecendo um pouco - ou até muito - sua humanidade.

Porque redescobriu esta humanidade de Cristo, pôde insistir na possibilidade de tomá-lo por modelo. Devolveu à devoção cristã esta humanidade através da introdução do Presépio, em representação cênica concreta, na noite de Natal de 1221, em Grécio, costume que se perpetuou na Igreja até os nossos dias.

Ao lado da ternura pelo "Menino que Francisco acordou novamente no coração dos homens", redescobriu a cruz com um homem crucificado, nas dores da Paixão.

A tal ponto este aspecto da caminhada histórica de Cristo o impressionou que nasceu, em seu coração, o desejo de experimentar, em seu próprio corpo, estas dores cruciais e em seu espírito a experiência do abandono total.

Assim, em 1224, dois anos antes de sua morte, no monte Alverne, foi marcado com as Chagas de Cristo, em seu lado, em seus pés e mãos.

Este trazer de volta a humanidade de Cristo faz com que uma das notas do FRANCISCANISMO seja o CRISTOCENTRISMO, ou seja. Cristo como centro da vida espiritual, mas Cristo também em seu papel profundo no centro da criação, no centro da história e no centro da escatologia, quer dizer, dos acontecimentos que culminam com o final da vida humana individual e com o final de toda a história.

Tal Cristocentrismo influenciou a vida de Francisco e de seus seguidores e também o modo de pensar e de interpretar a vida humana e o fenômeno religioso, dando nascimento a uma escola com características franciscanas, na Teologia e na Filosofia.

Assim, uma série de inteligências lúcidas e homens de peso ilustraram o pensamento e a reflexão na Igreja, alinhando-se aos grandes pensadores que, em todos os tempos, conduziram, com brilhantismo, a reflexão teológica, que não é um sistema já completo, fechado, pronto, mas algo de dinâmico, que se desenvolve, cresce e aprofunda, acompanhando a história com suas conquistas e progressos.

Neste particular, a VISÃO FRANCISCANA deu excelente colaboração e abriu corajosas brechas na fortaleza, por vezes compacta, da reflexão teológica.

Extraído do livro "São Francisco vida e ideal", de Frei Hugo Baggio, Editora Vozes.


quinta-feira, 7 de julho de 2011

A Economia do Pobrezinho de Assis

São Francisco de Assis nasceu e cresceu em uma família rica, que comerciava tecidos finos, que seu pai trazia da França. Durante sua mocidade preocupou-se em viver intensamente sua virilidade ‘jogralesca’. Suas noitadas, suas festas, seus amigos, tudo viveu Francisco com muita intensidade. Seu pai Pietro Bernardone o educou para uma economia do lucro, fundamentada numa administração para o cem por cento de lucro.

Após algumas experiências marcantes em sua vida começou a indagar-se, sobretudo em sua vida. E assim, o filho de Pietro Bernardone adentrou num processo de profunda reflexão sobre sua existência e, sobretudo aquilo que até então acreditava ser os seus fundamentais valores.

Francisco de Assis a tudo possuía: prestígio, riqueza e amigos, no entanto, faltava-lhe algo extremamente necessário. Na tentativa por preencher este vazio sentido por ele é que o motivou a buscar incessantemente por algo. Depois de longa penúria encontrou seu tesouro, e que para adquiri-lo vendeu tudo o que tinha para comprar o terreno onde está o seu tesouro.

“O reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido no campo, que um homem, ao descobrí-lo, esconde; então, movido de gozo, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo” (Mt 13, 44

O homem de Assis ao descobrir este tesouro lança-se em busca. O reino do céu, eis o grande tesouro encontrado e adquirido por Francisco. Ao que aqui chamaremos de Amor. Mas, o que seria este tesouro? Este Reino do Céu? Este Amor? E, eis que aos pouco o pobrezinho de Assis foi descobrindo que era o próprio Deus, este Deus que ora se mostra, ora se esconde.

Porém, Francisco não ficou só no primeiro contato para com Deus, para com o seu tesouro. Ele foi além. E indaga: “Senhor o que queres de mim?” juntamente a esta pergunta Francisco se coloca inteiramente nas mãos do amado e suavemente vai deparando-se que este Amor é o seu tudo. E durante toda a sua vida afirmou “meu Deus e meu Tudo”.

Se antes era o filho de um dos homens mais ricos de Assis, tornou-se, então, o homem mais rico ainda, mesmo não possuindo nada, inclusive suas roupas (de baixo). Pois, descobriu o grande tesouro e por este tesouro teceu um compromisso com o verdadeiro amor, o próprio Deus, o tesouro.

Então, por que Francisco foi e continua sendo este magno expoente para o mundo? Porventura seria pela razão de ter renunciado tudo por causa do Reino? Certamente que não, mas sim porque “verdadeiramente amou a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como Cristo nos amou”  e isto com radicalidade. Aqui está a economia do pobrezinho de Assis.

A palavra Economia entre tantos significados que possui pode ser entendida como a administração da escassez. E, Francisco de Assis soube com maestria administrar suas mazelas para viver com radicalidade o mandamento do Amor; eis o segredo da economia do Poverello.

Francisco administra as suas misérias, suas mazelas humanas, e por isso é que ele apresenta um novo tipo de economia. A economia de sua vida; como? Atrás de seu segredo, o de amar o Amado, e antes mesmo de amar o Amado ele permite que o próprio Amado o ame. E só por isso é que o Poverello se torna capaz de opor-se aos erros do seu tempo e, superá-los na sua pessoa, na sua vida, nas suas ações.

Francisco “superou o ‘dinheirismo’, a idolatria da riqueza, a prepotência de quem possui, com a pobreza evangélica [...]” e que por isso “superou o consumismo daquele tempo, expresso no luxo e no refinamento de todas as formas do viver social, com a simplicidade mais radical, mas sem repudiar a civilidade, a cortesia e a gentileza para com todos”.

Francisco superou a discriminação social, que em sua época era extremamente visível, através das classes, aqueles que eram nobres, possuidores de bens, aqueles vassalos, serviçais. A todos o homem de Assis amava com o mesmo amor. Como pode ser percebido nas diversas hagiografias do santo.

O pobrezinho de Assis sentava-se a mesa com os nobres em seus magníficos palácios, mas também se sentava nas escadarias das igrejas junto com os mendigos. E tudo isto porque para Francisco a sua economia era fundamentada no Amor e não no lucro, ou no que os outros poderiam pensar dele. E que por isso a sua relação era sempre cordial para com todos sem distinção, uma vez que seu “olhar econômico” via a beleza de cada ser humano.

Francisco de Assis também superou “a violência, que serpeava na sociedade de então, vivendo como homem de paz, fazendo, desta maneira, resplandecer diante dos olhos o valor e a eficácia da paz de Cristo”.

Eis que o Pobrezinho de Assis com sua economia superou o “dinheirismo”, o “consumismo”, a “discriminação social” e a “violência”. Então, como nós hoje podemos colocar em nossa vida a vivência da Economia de São Francisco de Assis?

Primeiramente colocando no centro de nossas vidas o mandamento do amor. “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como Cristo nos amou”. Em segundo lugar, deixar ser amado pelo próprio amor; permitindo que o Amor nos envolva em todos os aspectos da existência humana, ou seja, na vida pessoa, comunitária; nas relações consigo, com o próximo; na dimensão financeira, sexual e emocional. Ao colocarmos no centro de nossas vidas o Amor, logo deixamos que este amor possa agir em nossa existência, consequentemente predispomo-nos a sair de nós mesmo e a perceber nos outros as qualidades, tornando-nos abertos para sermos cada vez mais cordiais para com quem quer que seja.

Na economia de Francisco Deus não é posto de lado, como fez o homem moderno, mas Deus ocupa a centralidade da vida.

Na economia de Francisco o Amor tudo passa pelo Amor, que é o Amado, ou seja, Deus.

Na economia de Francisco a vida ocupa grande relevância.

No entanto, não é o que se pode presenciar na atualidade, uma vez que o relevante é o ter, esquecendo-se de que este ter perpassa a dimensão do modo como ter e possuir.

Sendo assim, o que nos resta por fazer enquanto cristãos e franciscanos “é entender que a grandeza do homem se funda precisamente em Deus e na relação com ele”.

Lembre-se que a sua economia pode ser fundamentada no valor do Amor e não no valor monetário, como fez o Pobrezinho de Assis.

Nossa Senhora e Francisco

Nossa Senhora dos Anjos é patrona da Ordem dos Franciscanos. É no interior da basílica a ela dedicada que está a capela de Porciúncula, local especialmente caro a São Francisco de Assis e onde o santo veio a falecer.

Seu biógrafo conta que Deus havia revelado a Francisco que Nossa Senhora tinha uma predileção especial pela capela já que Porciúncula em italiano significa “pedacinho”.Não se sabe ao certo a origem da capela, mas conta-se que foi construída por um grupo de peregrinos que voltava da Terra Santa e que nela era venerado uma relíquia atribuída ao túmulo de Nossa Senhora. Ao reunirem-se os fiéis para lá rezar, era possível ouvir o coro dos anjos, e foi daí que se originou a denominação Nossa Senhora dos Anjos, que anos mais tarde veio a dar nome à basílica local.

A devoção franciscana a Maria sempre foi muito grande. Temos o que chamamos COROA FRANCISCANA, um 'terço' composto de sete mistérios onde contemplamos as alegrias de Nossa Senhora. Seu histórico e origem segue abaixo:

A Coroa Franciscana

O grande historiador franciscano, Pe. Luke Wadding, definiu como origem da devoção às alegrias de Maria e da coroa franciscana, o ano de 1422.Conta o renomado historiador, que, no referido ano, entrou na ordem um jovem muito piedoso, e já no noviciado aprendeu o que significa a santa obediência.O jovem noviço, devotissímo da Santíssima Virgem, enquanto estava na casa paterna, conservava a bela e piedosa devoção de oferecer, a cada manhã, uma coroa de rosas frescas e colocá-las aos pés da imagem de Nossa Senhora.Quando ingressou na ordem, não obteve autorização para cumprir com a sua devoção cotidiana, pois eram muitas às ocupações e os momentos de oração em comum.Sentindo em seu coração uma dor que, de forma alguma, era aliviada, pensou em deixar a ordem e já decidido, porém com os olhos cheios de lágrimas, dirigiu-se à capela e aos pés da Santíssima Virgem expôs sua dor e seu imenso desejo de se tornar sacerdote.Maria comove-se como afeto do jovem noviço e com um sorriso de mãe faz a seguinte revelação:- Não te entristeças, vou ensinar-te a confeccionar um coroa de flores que não murcham e que podes oferecer-me em qualquer época do ano, e, assim não terás necessidade de deixar a ordem franciscana e nela te tornares sacerdote!...

Começou o noviço a rezar todos os dias a coroa ensinada por Nossa Senhora e o fazia com devoção e piedade. O mestre dos noviços, em visita as celas dos jovens, percebeu algo diferente na cela de nosso jovem. Eis o que ele viu:- Vi um anjo que enfiava em fios de ouro, lindas rosas de prata, de dez em dez, e nos intervalos eram colocados lírios de ouro. Depois de fechada a coroa, o anjo, com grande alegria, colocou-a na cabeça do jovem noviço, e a visão desapareceu.O mestre, em estado de júbilo, chamou o jovem e quis saber o que representava aquela visão, e o noviço prontamente explicou como aprendera a rezar a coroa das alegrias de Nossa Senhora.Estava tão maravilhado o mestre que contou a todos os irmãos e em pouco tempo difundiu-se a devoção por toda a ordem Franciscana e para o mundo.Muitas indulgências são concedidas a todos os que com devoção recitarem a Coroa Franciscana.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Nossa Senhora das Dores

O martírio da Virgem é mencionado tanto na profecia de Simeão quanto no relato da paixão do Senhor. Este foi posto, diz o santo ancião sobre o menino, como um sinal de contradição, e a Maria: e uma espada transpassará tua alma (cf. Lc 2,34-35).



Verdadeiramente, ó santa Mãe, uma espada transpassou tua alma. Aliás, somente transpassando-a, penetraria na carne do Filho. De fato, visto que o teu Jesus – de todos certamente, mas especialmente teu – a lança cruel, abrindo-lhe o lado sem poupar um morto, não atingiu a alma dele, mas ela transpassou a tua alma. A alma dele já ali não estava, a tua, porém, não podia ser arrancada dali. Por isso a violência da dor penetrou em tua alma e nós te proclamamos, com justiça, mais do que mártir, porque a compaixão ultrapassou a dor da paixão corporal.



E pior que a espada, transpassando a lama, não foi aquela palavra que atingiu até a divisão entre alma e o espírito: Mulher, eis aí teu filho? (Jo 19,26). Oh! Que troca incrível! João, Mãe, te é entregue em vez de Jesus, o servo em lugar do Senhor, o discípulo pelo Mestre, o filho de Zebedeu pelo Filho de Deus, o puro homem, em vez do Deus verdadeiro. Como ouvir isso deixaria de transpassar tua alma tão afetuosa, se até a sua lembrança nos corta os corações, tão de pedra, tão de ferro?

Não vos admireis, irmãos, que se diga ter Maria sido mártir na alma. Poderia espantar-se quem não se recordasse do que Paulo afirmou que entre os maiores crimes dos gentios estava o de serem sem afeição. Muito longe do coração de Maria tudo isto; esteja também longe de seus servos.

Talvez haja quem pergunte: “Mas não sabia ela de antemão que iria ele morrer?” sem dúvida alguma. “E não esperava que logo ressuscitaria?” Com toda a confiança. “E mesmo assim sofreu com o crucificado?” Com toda a veemência. Aliás, tu quem és ou donde tua sabedoria, para te admirares mais de Maria que compadecia, do que do Filho de Maria a padecer? Ele pôde morrer no corpo; não podia ela morrer juntamente no coração? É obra da caridade: ninguém a teve maior! Obra de caridade também isto: depois dela nunca houve igual.

Dos sermões de São Bernardo, abade. Liturgia das Horas

Diante da Virgem Maria ao pés da Cruz, tanta dor e tanto sofrimento, mas tanta fortaleza e fé, que neste momento Jesus Crucificado não poderia dar maior presente aos seus discípulos e a toda humanidade representada ali por João o discípulo amado. Maria conhece as dores do nosso coração, por isso, depositemos em seu coração transpassado os nossos pedidos e suplicas confiantes que tudo que pedirmos a Mãe o Filho atende:





Reze a Coroa de Nossa Senhora das Dores

A Coroa de Nossa Senhora das Dores teve início na Itália em 1617, por iniciativa da Ordem dos Servos de Maria, assim como a Missa de Nossa Senhora das Dores, que hoje é celebrada em toda a Igreja no dia 15 de setembro.

A Coroa é um dos frutos do carisma mariano da Ordem, cultivado desde 1233, ano de Vossa fundação. A Coroa surgiu inicialmente como alimento da piedade Mariana dos leigos reunidos em grupos chamados Ordem terceira.

A devoção à Nossa Senhora das Dores possue fundamentos bíblicos, pois é na Palavra de Deus que encontramos as sete dores de Maria: o velho Simeão que profetiza a lança que transpassaria (dor) o seu coração Imaculado; a fuga para o Egito; a perda do menino Jesus; a paixão do Senhor; Crucifixão-morte e sepultura de Jesus Cristo. Nós, como Igreja, não recordamos as dores de Nossa Senhora pelas dores, mas sim por que também pelas dores oferecidas participou ativamente da Redenção de Cristo. Desta forma Maria, imagem da Igreja, está nos apontando para uma Nova Vida, que não significa ausência de sofrimentos, mas sim oblação de si para uma Civilização do Amor.

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Nós vos louvamos Senhor, e vos bendizemos!

Porque associastes a Virgem Maria à obra da salvação.

Nós contemplamos vossas Dores, ó Mãe de Deus!

E vos seguimos no caminho da fé!

Primeira Dor – Profecia de Simeão: Simeão os abençoou e disse a Maria, sua mãe: Eis que este menino está destinado a ser ocasião de queda e elevação de muitos em Israel e sinal de contradição. Quanto a ti, uma espada te transpassará a alma (Lc 2,34-35). 1 Pai Nosso; 7 Ave Marias.

Segunda Dor – Fuga para o Egito: O anjo do Senhor apareceu em sonho a José e disse: Levanta, toma o menino e a mãe, foge para o Egito e fica lá até que te avise. Pois Herodes vai procurar o menino para matá-lo. Levantando-se, José tomou o menino e a mãe, e partiu para o Egito (Mt 2,13-14). 1 Pai Nosso; 7 Ave Marias.

Terceira Dor – Maria procura Jesus em Jerusalém: Acabados os dias da festa da Páscoa, quando voltaram, o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que os pais o percebessem. Pensando que estivesse na caravana, andaram o caminho de um dia e o procuraram entre parentes e conhecidos. E, não o achando, voltaram a Jerusalém à procura dele (Lc 2,43b-45). 1 Pai Nosso; 7 Ave Marias.

Quarta Dor – Jesus encontra a Sua Mãe no caminho do Calvário: Ao conduzir Jesus, lançaram mão de um certo Simão de Cirene, que vinha do campo, e o encarregaram de levar a cruz atrás de Jesus. Seguia-o grande multidão de povo e de mulheres que batiam no peito e o lamentavam (Lc 23,26-27). 1 Pai Nosso; 7 Ave Marias.

Quinta Dor – Maria ao pé da Cruz de Jesus: Junto à cruz de Jesus estava de pé sua Mãe, a irmã de sua Mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. Vendo a Mãe e, perto dela, o discípulo a quem amava, disse Jesus para a mãe: Mulher, eis aí o teu filho! Depois disse para o discípulo: Eis aí a tua Mãe! (Jo 19,15-27a). 1 Pai Nosso; 7 Ave Marias.

Sexta Dor – Maria recebe Jesus descido da Cruz: Chegada a tarde, porque era o dia da Preparação, isto é, a véspera de sábado, veio José de Arimatéia, entrou decidido na casa de Pilatos e pediu o corpo de Jesus. Pilatos, então, deu o cadáver a José, que retirou o corpo da cruz (Mc 15,42). 1 Pai Nosso; 7 Ave Marias.

Sétima Dor – Maria deposita Jesus no Sepulcro: Os discípulos tiraram o corpo de Jesus e envolveram em faixas de linho com aromas, conforme é o costume de sepultar dos judeus. Havia perto do local, onde fora crucificado, um jardim, e no jardim um sepulcro novo onde ninguém ainda fora depositado. Foi ali que puseram Jesus (Jo 19,40-42a). 1 Pai Nosso; 7 Ave Marias.

Imitar Jesus como Francisco de Assis


Tomás de Celano, um dos biógrafos de São Francisco, conta a história vocacional de Frei João, conhecido como o simples. Certa feita esse agricultor encontrou-se com São Francisco e pediu-lhe para ser frade, pois queria servir a Deus. São Francisco diante de tal desejo e de tão nobre propósito acolheu João, pedindo apenas que renunciasse aos bens em favor dos pobres.

João, entusiasmado pela oportunidade para a realização de seu ideal, apressadamente ofereceu a São Francisco um boi, sua única herança. São Francisco, diante de tamanha disponibilidade e simplicidade ficou muito feliz. Porém, a família quando soube da decisão de João, correu ao encontro de São Francisco, e aos prantos, lamentava não porque ia “perder” um membro da família, mas o boi. O santo, que era cheio de ternura e compreensão devolve o boi e acolhe na Ordem o simples João, dando-lhe a veste da penitência.



Tendo entrado na Ordem, frei João tornou-se muito próximo de São Francisco, por ele tinha uma grande admiração, procurando-o imitá-lo em tudo: se São Francisco meditava, se cuspia, tossia, respirava, chorava, levantava os olhos, se levantava as mãos, João fazia à mesma coisa.

Percebendo as atitudes de frei João, São Francisco perguntou-lhe porque ele fazia isso. O frade na sua simplicidade respondeu: “Prometi fazer tudo o que fazes. Para mim é perigoso escapar alguma coisa”.

A história do frei João nos ajuda a compreender o significado da palavra Mimeses. Frei João ver em São Francisco um referencial, um exemplo, um modelo, para que pudesse seguir e viver plenamente conforme a vontade de Deus.

A história de Frei João ainda nos ajuda a entender qual deve ser a atitude do imitador, daquele que deixa tudo, sua única herança, para consagra-se a Deus numa vida plena em Cristo.

O Imitador é o que se propõe a percorrer o mesmo caminho de outro. Como frei João, o imitador é aquele que faz o propósito de fazer tudo o que o seu mestre faz. A ele fica atento, pois se preocupa que algo lhe escape de forma que não possa imitá-lo.

A sociedade hodierna apresenta e ao mesmo tempo impõe vários modelos a serem seguidos, e aos quais muitos procuram assemelhassem, eclipsando aquele que é o verdadeiro e essencial arquétipo: Jesus Cristo.


Diz o apóstolo Pedro, na sua primeira carta, que nossa vocação é imitar Jesus: "De fato, para isso é que vocês foram chamados, pois Cristo também sofreu por vocês, deixando-lhes exemplo para que sigam os passos dele" (2, 21). (Texto de Frei Rufino Primeiro).