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domingo, 26 de junho de 2011

Drogas ? Diga não! não! não! não! não! não! não! nãããããããããão!

Diga não às drogas - simplesmente amando...incondicionalmente
Diga não às drogas - simplesmente amando...incondicionalmente
                            Diga não às drogas - simplesmente amando...incondicionalmente
 
Diga não às drogas - simplesmente amando...incondicionalmente
Diga não às drogas - simplesmente amando...incondicionalmente
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Diga não às drogas - simplesmente amando...incondicionalmente
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terça-feira, 21 de junho de 2011

Regra Franciscana

Regra e vida da Ordem Franciscana Secular
 
 
Índice



Reflexão Franciscana



Na solidão,

Na escuridão,

Abandonado por todos

Tudo parece perdido

Somente

Silencio e desolação.

Aquela tristeza

No fundo da Alma.

O coração partido

Uma aridez interior.

Sem ter por quem esperar

Desesperança e o deserto

Abandono interior

a intensa dor que queima o peito.

Clamo e ninguem responde

Todo o universo permanece mudo.

Gritos silenciosos de desespero.

De uma alma solitaria

De uma solidão absurda

Somente temor e pavor

O ultimo entre os homens

Deixado por todos

O vazio interior

No fundo do poço

Nessa condição

Encontro forças pra lutar

O meu amado não me abandona

O Esposo fiel

Ele está sempre comigo

Seguro nas mãos Dele

Não deixarei O mais.

Ele è minha segurança

Me consola e faz seguir adiante.

Esperança que me faz lutar.

CRUCIFIXO DE SÃO DAMIÃO

 



O Crucifixo Bizantino

de São Damião

A Historia
Foi por meio do Crucifixo de São Damião
que Jesus falou a Francisco:
"Francisco, reconstrói minha Igreja".
Um artista desconhecido, natural de Úmbria, pintou o crucifixo no século XII.
Foi pintado num pano colado sobre madeira (nogueira). Tem 1,90m de altura, 1,20m de largura e 12cm de espessura. O mais provável é que tenha sido pintado para ser posto no altar da Igreja de São Damião.
Em 1257, as Clarissas deixaram a Igreja de São Damião e foram para a de São Jorge, levando o crucifixo com elas. A cruz, cuidadosamente conservada por 700 anos, foi mostrado ao público pela primeira vez, na Semana Santa de 1957, sobre o novo altar da Capela de São Jorge na Basílica de Santa Clara de Assis.
A figura do Cristo

A figura central do ícone é o Cristo, não só por seu tamanho, mas também por ser o Cristo a figura luminosa que domina a cena e transmite luz para as demais figuras. "Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida" (Jo 8, 12). Os olhos de Jesus estão abertos: Ele olha para o mundo que salvou. Ele vive e é eterno. A veste de Jesus é um simples pano sobre o quadril - um símbolo tanto do Sumo Sacerdote como de Vítima. O tórax e o pescoço são muito fortes. Atrás dos braços esticados do Cristo está seu túmulo vazio, representado pelo retângulo preto.

O Medalhão e a Inscrição

A ascensão é retractada no círculo vermelho: Cristo está saindo dele segurando uma cruz dourada que, agora é Seu símbolo de realeza. As vestimentas são douradas, símbolo de majestade e vitória. A estola vermelha é um sinal de sua autoridade e dignidade supremas exercidas no amor.

Anjos lhe dão boas-vindas no Reino dos Céus. IHS são as três primeiras letras do nome de Jesus em grego. NAZARÉ é o Nazareno.

A mão do Pai
De dentro do semicírculo, na extremidade mais alta da cruz, Ele, que nenhum olho viu, se revela numa benção. Esta benção é dada pela mão direita de Deus, com o dedo estendido.


A Videira Mística

Em torno da cruz, há ornamentos caligráficos que podem significar a videira mística, "Eu sou a videira, vós os ramos..." (Jo 15, 5), e faz relação com "ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos" (Jo 15, 13). Na base da cruz, há algo que parece ser uma pedra - o símbolo da Igreja.
As conchas do mar são símbolos de eternidade - um mistério, guardado no rosto e infinito mar da eternidade, nos é revelado.




Maria e João

Como no evangelho de São João, Maria e João são colocados lado a lado. O manto de Maria é branco, significando vitória (Ap 3, 5), purificação (Ap 7, 14) e boas obras (Ap 19, 8). As pedras preciosas no manto dizem respeito às graças do Espírito Santo. O vermelho escuro usado indica intenso amor, enquanto a veste interna na cor purpúrea lembra a Arca da Aliança (Ex 26, 1-4). A mão esquerda de Maria está no rosto, retractando a aceitação do amor de João, e sua mão direita aponta para João, enquanto seus olhos proclamam a aceitação das palavras de Cristo: "Mulher, eis aí teu filho" (Jo 19, 26). O sangue goteja em João neste momento. O manto de João é cor de rosa que indica sabedoria eterna, enquanto sua túnica é branca - pureza. Sua posição é entre Jesus e Maria, o discípulo amado por ambos. Ele está olhando para Maria, aceitando as palavras de Jesus: "Eis aí tua mãe" (Jo 19, 27).
Números
Há 33 figuras no Ícone: duas imagens de Cristo, 1 mão do Pai, 5 figuras maiores, 2 figuras menores, 14 anjos, 2 pessoas desconhecido nas mãos de Jesus, 1 menino pequeno, 6 desconhecidas ao fundo da Cruz e um galo. Há 33 cabeças em torno da cruz, dentro das conchas, e sete ao redor da auréola.

As Outras Figuras Maiores
Maria Madalena
Maria Madalena, que era considerada por Jesus de uma forma muito especial, está junto à cruz. Sua mão está no queixo, indicando um segredo "Ele ressuscitou". Sua veste tem cor escarlate, que simboliza amor, e seu manto azul intensificaeste símbolo.
Maria de Cleófas
Usa veste cor castanha, símbolo de humildade, e seu manto verde claro-esperança. Sua admiração por Jesus é demonstrada no gesto de suas mãos.
O Centurião de Cafarnaum
Ele segura, na mão esquerda, um pedaço de madeira representado sua participação na construção da sinagoga (Lc 7, 1-10). As crianças ao lado é o seu filho curado por Jesus. As três cabeças atrás do menino mostram: "e creu tanto ele, como toda a sua casa" (Jo 19, 28-30). Tem três dedos estendidos, símbolo da Trindade, e os outros dois fechados, simbolizando o mistério das duas naturezas de Jesus Cristo (divina e humana). "Este homem era verdadeiramente o filho de Deus" (Mc 15, 39).

Figuras Menores

Longinus
O soldado romano que feriu o lado de Jesus com uma lança.
Estefânio
A tradição dá este nome ao soldado que ofereceu a Jesus uma esponja encharcada com vinagre após Ele ter dito "tenho sede" (Jo 19, 28-30).
Os Santos Desconhecidos

Embaixo dos pés de Jesus, há seis santos desconhecidos que estudiosos afirmam ser Damião, Rufino, Miguel, João Baptista, Pedro e Paulo, todos patronos de igrejas na área de Assis. São Damião era o patrono da igreja que alojou a cruz e São Rufino, o patrono de Assis. Essa parte da pintura está muito danificada e não permite uma adequada identificação.

Os Anjos que Discutem

Há dois grupos de anjos - que animadamente discutem as cenas que se desenrolam diante deles.
"Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3, 16) .

O Sepulcro

Como foi mencionado anteriormente, atrás de Cristo está o seu túmulo aberto. Cristo está vivo e venceu a morte. O vermelho do amor supera o negro da morte. Os gestos de mão indicam fé, a fé dos santos desconhecidos. Seriam Pedro e João junto ao sepulcro vazio? (Jo 20, 3-9).
Galo
Em primeiro lugar, a inclusão do galo recorda a negação de Pedro, que depois chorou amargamente. Em segundo, o galo proclama novo despertar do Cristo ressuscitado, Ele que é a verdadeira luz (1 Jo 2, 8). "Mas sobre vós que temeis o meu nome, levantar-se-á o Sol de Justiça que traz a salvação em seus raios" (Mt 3, 20).
O Formato da Cruz

O formato tradicional da cruz alterado para permitir ao artista a inclusão de todos aqueles que participaram da paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. À direita da cruz está o ladrão bom, chamado tradicionalmente Dismas; à esquerda está o ladrão mau.

Santa Cecília padroeira dos músicos



Segundo este relato, Cecília seria da “nobre família romana dos Metelos, filha de senador romano e cristã desde a infância”. Os pais de Cecília, “sem que a filha soubesse, prometeram-na em casamento a um jovem patrício romano, chamado Valeriano“. Se bem que tivesse alegado os motivos que a levavam a não aceitar este contrato, a vontade dos pais se impôs de maneira a tornar-lhe inútil qualquer resistência. Assim se marcaria o dia do casamento e tudo estava preparado para a grande cerimônia. Da alegria geral que estampava nos rostos de todos, só Cecília, fazia exceção. A túnica dourada e alvejante peplo que vestia não deixavam adivinhar que por baixo existia o cilício, e no coração lhe reinasse a tristeza.

Estando só com o noivo, disse-lhe, Cecília com toda a amabilidade e não menos firmeza: “Valeriano, acho-me sob a proteção direta de um Anjo que me defende e guarda minha virgindade. Não queiras, portanto, fazer coisa alguma contra mim, o que provocaria a ira de Deus contra ti”. A estas palavras, incompreensíveis para um pagão, Cecília fez seguir a declaração de ser cristã e obrigada por um voto que tinha feito a Deus de guardar a pureza virginal.

Disse-lhe mais: que a fidelidade ao voto trazia a bênção, a violação, porém, o castigo de Deus. Valeriano,ficou “vivamente impressionado” com as declarações da noiva, respeitou-lhe a virgindade, converteu-se e recebeu o batismo naquela mesma noite. Valeriano relatou ao irmão Tibúrcio o que tinha se passado e conseguiu que também ele se tornasse cristão.

Turcius Almachius, prefeito de Roma, “teve conhecimento da conversão do dois irmãos. Citou-os perante o tribunal e exigiu peremptoriamente que abandonassem, sob pena de morte, a religião que tinham abraçado. Diante da recusa formal, foram condenados à morte e decapitados“. Também Cecília, ” teve de comparecer na presença do juiz. Antes de mais nada, foi intimada a revelar onde se achavam escondidos os tesouros dos dois sentenciados. Cecília respondeu-lhe que os sabia bem guardados, sem deixar perceber ao tirano que já tinham achado o destino nas mãos dos pobres. Almachius, mais tarde, cientificado deste fato, enfureceu-se e ordenou que Cecília fosse levada ao templo e obrigada a render homenagens aos deuses. De fato foi conduzida ao lugar determinado, mas com tanta convicção falou aos soldados da beleza da religião de Cristo que estes se declararam a seu favor, e prometeram abandonar o culto dos deuses.”



Almachius, “vendo novamente frustrado seu estratagema, deu ordem para que Cecília fosse trancada na instalação balneária do seu próprio palacete e asfixiada pelos vapores d’água. Cecília teria sido então protegida milagrosamente, e embora a temperatura tivesse sido elevada a ponto de tornar-se intolerável, ela nada sofreu“. Segundo outros mitos, a Santa “foi metida em um banho de água fervente do qual teria saído ilesa“.

Almachius recorreu então à pena capital.” Três golpes vibrou o algoz sem conseguir separar a cabeça do tronco. Cecília, mortalmente ferida, caiu por terra e ficou três dias nesta posição. Aos cristãos que a vinham visitar dava bons e caridosos conselhos. Ao Papa entregara todos os bens, com o pedido de distribuí-los entre os pobres. Outro pedido fora o de transformar a sua casa em igreja, o que se fez logo depois de sua morte“. Foi enterrada na Catacumba de São Calisto.

As diversas invasões dos Godos e Lombardos fizeram com que os Papas resolvessem a transladação de muitas relíquias de santos para igrejas de Roma. O corpo de Santa Cecília ficou muito tempo escondido, sem que lhe soubesse o jazigo.

Uma aparição da Santa ao Papa Pascoal I (817-824) trouxe luz sobre este ponto. Achou-se o caixão de cipreste que guardava as relíquias. O corpo, foi “encontrado intacto e na mesma posição em que tinha sido enterrado”. O esquife foi “achado em um ataúde de mármore e depositado no altar de Santa Cecília”. Ao lado da Santa acharam seu repouso os corpos de Valeriano, Tibúrcio e Máximo.

Em 1599, por ordem do Cardeal Sfondrati, foi aberto o túmulo de Santa Cecília e o corpo encontrado ainda na mesma posição descrita pelo papa Pascoal. O escultor Stefano Maderno que assim o viu, reproduziu em finíssimo mármore, em tamanho natural, a sua imagem.

A Igreja ocidental, como a oriental, têm grande veneração pela Mártir, cujo nome figura no cânon da Missa. O ofício de sua festa traz como antífona um tópico das atas do martírio de Santa Cecília, as quais afirmam que a Santa, nos festejos do casamento, ouvindo o som dos instrumentos musicais, teria elevado o coração a Deus nestas piedosas aspirações: “Senhor, guardai sem mancha meu corpo e minha alma, para que não seja confundida”. Desde o século XV, Santa Cecília é considerada padroeira da música sacra. Sua festa é celebrada no dia 22 de Novembro, dia da Música e dos Músicos.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Vida de Francisco (perfil cronológico)


1181/82 - Verão ou outono (junho-dezembro): nasce em Assis. Batizado com o nome de Giovanni di Pietro (pai) di Bernardone (avô). Mudado para Francisco.

1202 - Guerra entre Perusa e Assis. Assis vencida Collestrada. Francisco, com 20 anos, passa um ano preso em Perusa. Resgatado pelo pai, devido à doença. Nesse tempo parece que a família de Clara está refugiada em Perusa: ela com 8/9 anos de idade.

1204 - Longa doença.

1204 - Fim, ou primavera de 1205 (entre março-junho): parte para a guerra na Apúlia, no Sul. Volta após visão e mensagem de Espoleto. Começo da conversão gradual. Em junho de 1205 morre o guerreiro Gautier de Brienne, chefe das expedições no Sul.1205 - Outono (setembro a dezembro): mensagem do crucifixo de São Damião. Conflito com o pai. Região da Umbria

1206 - Janeiro-fevereiro: questão perante o bispo Dom Guido II (1204 a 30 de junho de 1228). Primavera (março-junho): em Gúbio, perto de Assis, cuida dos leprosos.
Verão, provavelmente em julho: volta a Assis. Veste-se de eremita e começa a reparação da capela de São Damião. Fim do processo de conversão; começo dos anos de conversão, segundo a cronologia de Tomas de Celano. (Exemplos 1C 18, 21, 55, 88, 109)

1208 - Janeiro ou fevereiro: trabalha na reparação de São Damião, San Pietro e Santa Maria Degli Angeli ou Porciúncula.

1208 - 24 de fevereiro: ouve o evangelho da missa de São Matias, na Porciúncula, sobre a missão apostólica. Muda as vestes de eremita e passa a usar as de pregador ambulante, descalço. Início da pregação apostólica. Aqui propriamente começa o estilo de vida franciscana, apostólica, de presença.
16 de abril: recebe em sua companhia os irmãos Bernardo de Quintavalle e Pedro Cattani. No dia 23, recebe o irmão Egídio na Porciúncula.
Primavera (março-junho): a primeira missão. Francisco e Egídio vão à Marca de Ancona no litoral adriático. Recebe mais três companheiros, inclusive Filipe (Longo). Outono ou inverno (entre setembro-março): segunda missão. Os sete vão a Poggiobustone no vale de Rieti. Depois de ter-se certificado do perdão dos pecados e do futuro crescimento da Ordem, Francisco envia os seis, e mais um que se lhes agregara, para a terceira missão, dois a dois. Bernardo e Egídio vão a Florença.

1209 - Começos: os oito voltam à Porciúncula. Ajuntam-se-lhes outros quatro. Primavera (março-junho): Francisco escreve breve Regra e vai a Roma com os onze. Obtém a aprovação do Papa Inocêncio III, só oralmente. Seria esta a primeira Regra, perdida. Na volta passam por Orte e se estabelecem em Rivotorto perto de Assis, num rancho abandonado.

Basílica superior de São Francisco de Assis Oto (Otão) IV é coroado imperador em Roma, a 4 de outubro. Está em Assis entre dezembro de 1209 e janeiro de 1210. Passa com seu cortejo perto de Rivotorto, mas não se sabe se antes da coroação ou depois.

1209 - Ou 1210. Os frades mudam-se para a Porciúncula, depois que um camponês toma para estábulo de seu burro. Possível começo da Ordem Terceira Secular. A Porciúncula era dos beneditinos cluniacenses que a emprestaram a Francisco. Torna-se o berço da nova Ordem.

1211 - Verão (junho-setembro): Francisco vai à Dalmácia e retorna.

1212 - 18-19 de março: na noite do domingo de Ramos, a nobre jovem Clara di Favarone foge de casa e é recebida na Porciúncula. Talvez em maio fica alguns dias no mosteiro de São Paulo e algumas semanas no mosteiro beneditino de Panzo (perto de Assis) e por fim recolhe-se a S. Damião, onde fica até sua morte em 1253. Segue-a a irmã Inês, 16 dias depois.

1213 - 8 de maio: em São Leão, perto de S. Marino, conde de Chiusi, Orlando Cattani, oferece a Francisco o Monte Alverne (La Verna), perto de Arezzo, para servir de eremitério. É o monte da crucifixão de Francisco, em 1224.

1213 - ou 1214/15. Francisco pretende ir em missão a Marrocos, entre os muçulmanos, mas chega apenas à Espanha, onde adoece gravemente, retornando logo à Itália. Tomás de Celano "agradece a Deus esta doença", porque com a volta de Francisco, é recebido na Ordem (10 56).

1216 - Verão (junho-setembro): Francisco obtém do sucessor de Inocêncio III, o Papa Honório III, em Perusa, a indulgência da Porciúncula.

1217 - 5 de maio: capítulo geral de Pentecostes na Porciúncula. Primeira missão para além dos Alpes e ultramarina. Instituição de províncias. Frei Egídio vai para Túnis. Frei Elias para a Síria. Francisco pretende viajar para a França, mas o Cardeal Hugolino, legado papal na Toscana, encontra-o em Florença e o convence a permanecer na Itália.1219 - 26 de maio: capítulo geral de Pentecostes. Grandes missões no exterior: Alemanha, Hungria, Espanha, Marrocos, França. Em junho, Francisco vai de navio de Ancona para o Oriente, a exemplo dos outros. Óleo de Manuel da Costa Ataíde, no foro da Sacristia da Capela da Ordem III de São Francisco, em Mariana/MG Os que vão à França, interrogados se são albigenses, respondem afirmativamente, não sabendo que albigenses são denominados os hereges cátaros (puros) do Sul da França. O bispo de Paris e professores da Universidade, examinando a sua Regra, constata que a mesma é católica e evangélica. Dirigem-se, porém, ao papa, pedindo informações. Este declara-os católicos e com Regra aprovada pela Santa Sé.
Para a Alemanha viajam cerca de 60. Do alemão conhecem apenas a palavra "Ya" (sim). Perguntados se querem comida ou, hospedagem, respondem: "Ya". Perguntados se são hereges lombardos (pobres da Lombardia = Valdenses) e se vêm espalhar seus erros, também respondem: "Ya".
Presos, surrados, despidos, ridicularizados, sofrem como cães. Vendo que não podem produzir frutos na Alemanha, voltam para a Itália. Começam dai por diante a julgar tão cruel a Alemanha que só pelo desejo do martírio voltariam outra vez para lá.
Na Hungria também os missionários sofrem os maiores vexames. Quando vão pelos campos, os pastores atiçam os cães contra eles e dão-lhes cacetadas. Pensando que querem sua roupa, dão-lhes as túnicas exteriores. Depois as vestes... Acabam voltando para a Itália.
Os que vão para Marrocos, são martirizados e depois canonizados como os protomártires franciscanos (Beraldo, Pedro, Acúrsio, Adjuto, Otão: 1220). Movido por esse fato, Santo Antônio, então cônego regular de Coimbra com o nome de Fernando, pede ingresso na Ordem Franciscana.
1219 - Outono (setembro-dezembro): Francisco vai ao acampamento do Sultão do Egito, Melek-el-Kamel (1218-38), e tem "entrevista" com ele. A 5 de novembro, o exército dos cruzados toma Damieta, perto de Alexandria, no Egito. Francisco tem pouco resultado junto ao Sultão. Escreve o cronista que, ao chegar, é maltratado. ignorando a língua dos turcos, apenas diz: "Soldan, Soldan". Então é levado à sua presença e depois reconduzido por homens armados para junto dos exércitos que cercam Damieta.

1220 - Inícios: Francisco viaja para São João d'Acre (Accon), onde há uma fortaleza dos cruzados, e vai à Terra Santa. Na sua ausência, Francisco deixa dois "vigários", que, porém, começam a introduzir novidades na Ordem, instituindo novos dias de jejum e abstinência, além dos já marcados. Um frade, encarregado das clarissas, pede privilégios ao papa em favor delas, contra a vontade do santo, que prefere "vencer pela humildade mais que pelo poder da lei". Outro, subtraindo-se à Ordem, pretende fundar uma nova Ordem para leprosos de ambos os sexos.

1220 - Primavera ou verão (março-setembro): alarmado pelas notícias que um frade leva ao Oriente, retorna à Itália, desembarcando em Veneza. Nessa ocasião, o Cardeal Hugolino é nomeado protetor da Ordem.

1220 - (ou 1217-18?): Francisco entrega o governo da Ordem a Frei Pedro Cattani, como seu vigário.

1221 - Março: morre Frei Pedro Cattani.
Maio: capítulo geral de Pentecostes. Frei Elias de Cortona é eleito vigário em substituição ao falecido. Francisco apresenta a segunda Regra (Não-bulada ou não aprovada por bula papal), que Frei Cesário de Espira, versado em Sagrada Escritura, adornou com muitos textos bíblicos.
No fim do capítulo, Francisco, diz o cronista, lembra de novo a missão da Alemanha, fracassada em 1219. Pergunta se há voluntários. "Apresentam-se cerca de 90, inflamados pelo desejo do martírio (!), oferecendo-se à morte". Entre eles, o cronista que refere o fato, Frei Jordão de Jano e Frei Tomás de Celano, o biógrafo de São Francisco. Esta missão, mais bem preparada, dirigida pelo alemão Frei Cesário de Espira, tem sucesso.

1221 - Aprovada a Regra da Ordem Terceira Secular pelo Papa Honório III.

1221 - 1222 (?). Francisco faz uma viagem de pregação ao Sul da Itália.

1222 - 15 de agosto: Festa da Assunção. Francisco prega em Bolonha (sede de estudos jurídicos). Suas palavras visam mais " extinguir inimizades e reformar os pactos de paz", conforme relata um ouvinte. "Muitas facções de nobres, entre os quais existia velha inimizade, com derramamento de sangue, foram levadas à pacificação".

1223 - Inícios: em Fonte Colombo, Francisco redige a 3ª Regra, que é discutida no capítulo geral de junho. A discussão continua em Roma, e em outubro Francisco se dirige ao Papa para pedir a aprovação.

29 de novembro: Honório III aprova, com bula papal, a Regra definitiva, ainda hoje em vigor. O texto original conserva-se como relíquia no Sacro Convento de Assis. Provavelmente houve colaboração dos frades e do representante da Santa Sé.

24/25 de dezembro: na noite de Natal, Francisco celebra a festa em Greccio, junto a um presépio.

1224 - 2 de junho: segue uma missão de frades para a Inglaterra. Bem-sucedida.
Em fim de julho ou início de agosto, o vigário da Ordem, Frei Elias é advertido (sonho, ou visão?), que Francisco terá ainda 2 anos de vida.

15 de agosto a 29 de setembro: Francisco, com Frei Leão e Frei Rufino, passa no Alverne, preparando-se com uma quaresma de oração e jejum para a festa de São Miguel Arcanjo. Em setembro, tem a visão do Serafim alado e recebe os estigmas.
Em outubro ou inícios de novembro, Francisco retorna a Porciúncula, via Borgo San Sepolcro, Monte Casale e Città di Castello.

1224 - ou 1225, dezembro-fevereiro: cavalgando um jumento, Francisco faz um giro de pregações pela Úmbria e Marcas (Ancona).

1225 - Março: visita Clara em São Damião. Suas vistas pioram muito, então. Ele pretende ficar ali numa cela, ou na casa do capelão, mas, cedendo aos pedidos do vigário da Ordem, Frei Elias, consente em receber tratamento médico: a estação é muito fria, e o tratamento é transferido.
Abril ou maio: ainda em São Damião, Francisco recebe tratamento, mas não melhora. Recebe a promessa da vida eterna. Depois de uma noite dolorosa, atormentado pela dor e por ratos, compõe o Cântico do Irmão Sol. Junto a Santa Clara.
Junho (?): acrescenta uma estrofe ao Cântico do Irmão Sol, comemorando a reconciliação entre o bispo e o podestá de Anis: "Louvado sejas, meu Senhor, pelos que perdoam por teu amor, e suportam enfermidades e tribulações. Bem-aventurados os que sofrem na paz, pois por ti, Altíssimo, coroados serão".
Aconselhado por uma carta do Cardeal Hugolino, protetor da Ordem, deixa São Damião e vai para a vale de Rieti.
Inícios de julho: acolhido em Rieti pelo Cardeal Hugolino e pela corte papal (que lá está de 23/6 a 6/2), para submeter-se ao tratamento dos médicos da corte pontifícia. Vai a Fonte Colombo para tratamento, sob insistência do Cardeal Hugolino, mas o difere, devido à ausência de Frei Elias.
Julho ou agosto (?): em Fonte Colombo, o médico cauteriza as têmporas de Francisco, mas com pouco resultado.

Setembro: Francisco vai a S. Fabiano, perto de Rieti (Floresta), para ser tratado por outro médico, que opera sua vista. Restaura então a vinha do pobre padre, danificada por visitantes de Francisco.

1225 - De outubro deste ano a 1226, Francisco vive ora em Rieti, ora em Fonte Colombo.

Abril: vai, a Sena para outro tratamento.
Maio ou junho (?): volta à Porciúncula, via Cortona.
Julho-agosto: no calor do verão é levado para Bagnara, nas colinas perto de Nocera.
Fim de agosto ou inicio de setembro: piorando de saúde, é levado, via Nottiano, para o palácio do bispo de Assis. D. Guido acha-se ausente, em peregrinação ao Santuário de São Miguel, cuja festa se celebra no dia 29, no monte Gargano.
Sentindo iminente a morte, pede para ser levado para a Porciúncula. Chegado à planície, lança sua bênção sobre Assis. Nos últimos dias de vida, dita o Testamento, autotestemunho de incalculável valor para a vida e os propósitos de homem tão singular.
Com a proximidade da morte, pede que o deitem nu no chão. Depois aceita emprestado o hábito que o guardião lhe dá. Faz ler o evangelho da última Ceia e abençoa os filhos seus, presentes e futuros.

1226 - 3 de outubro, à tarde: Francisco cantando "mortem suscepit" (morreu cantando). No domingo seguinte, 4 de outubro, é sepultado na igreja de São Jorge, na cidade de Assis, mas o cortejo fúnebre passa antes pelo mosteiro de São Damião, para a despedida de Clara.


1228 - 16 de julho: Francisco é canonizado. Relíquias trasladadas para a nova basílica, em construção, em 25 de maio de 1230.

sábado, 18 de junho de 2011

Francisco de Assis fez História

Francisco de Assis fez História
São Francisco de Assis desejava ser como Cristo, que viveu pobre toda sua vida. No começo seus colegas começaram a caçoar e a reprovar suas atitudes. Mas, com o tempo, entenderam a grande missão e seguiram Francisco até o fim de suas vidas. A todos que manifestam desejo de segui-lo, Francisco dizia: - Vá, vende tudo que tens e dá aos pobres. Não possuas nada consigo e siga somente ao Pai eterno e a Jesus Cristo.

Historicamente, o primeiro discípulo conhecido foi Frei Bernardo Quintavalle, que além de discípulo tinha uma grande devoção pelo Santo. A sua adesão - e de mais três rapazes - aconteceu na Igreja de São Nicolau.

Como Francisco ainda não tinha escrito uma Diretriz ou Norma de Vida para quem quisesse seguir os seus passos, colocou-se nas mãos de Deus a fim de que Ele inspirasse sua conduta. Diante do Sacrário na Igreja, abriu ao acaso por três vezes a Santa Bíblia e leu as seguintes frases: "Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens e dá aos pobres, e terás um tesouro nos Céus." (Mt 19,21) Na segunda vez: "Quem quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me." (Mt 16,24). E, finalmente, na terceira vez: "Não queirais levar para a viagem coisa alguma". (Lc 9,3) Bernardo era nobre e possuía muitos bens. Separou sua parte na herança, vendeu e distribuiu para os pobres de Assis e foi encontrar-se com Francisco.


 
Com seis meses de apostolado, o número de Frades cresceu para nove homens. Por essa razão, Francisco decidiu deixar a cabana da Porciúncula e transferiu-se para RivoTorto, instalando-se numa casa que conseguiu, a qual chamavam de "tugurium", porque era pequena e velha, embora o local fosse esplêndido. Ficava cerca de 20 minutos a pé da Igreja de Santa Maria dos Anjos.

Quando o grupo chegou a 12 irmãos, São Francisco decidiu ir até Roma e pedir ao Papa autorização para viverem a forma mais pura do Evangelho, conforme o desejo e a escolha que fizeram. O Papa achou que seria muito duro para eles esse modo de vida, porém deu permissão e também autorizou que eles pudessem pregar. Durante esse período de visita, o Papa teve um sinal profético e reconheceu em Francisco, o homem que em seu sonho segurava a Igreja como uma coluna. Muitos outros Irmãos foram se juntando ao grupo, desejando viver conforme Francisco. São Francisco assistiu ao crescimento da Ordem, que se espalhou por diversas partes do mundo. Os frades fizeram suas habitações em choupanas ao redor da Igrejinha da Porciúncula (significa pequena porção de terra). Os valores franciscanos os levavam a dividir as atividades entre oração, ajuda aos pobres, cuidados aos leprosos e pregações nas cidades.


 
Ecologia Franciscana
Não é fácil para o homem moderno,
com mentalidade científico-tecnológica,
compreender a relação franciscana
com os seres irracionais,
mormente com as realidades materiais.
Vivemos numa sociedade
que nos ensinou a olhar as coisas

como simples objetos, à disposição do nosso projeto utilitarista.
A atitude franciscana, ao contrário, é de simpatia, admiração, celebração.
Francisco rompe com os esquemas da razão e do cálculo superficial, bem como do gastar e do lucrar. Por isso, uma atitude de puro racionalismo não consegue compreender São Francisco. Muitos pretendem reduzi-lo a um sonhador ou a um romântico que, embora merecendo simpatia, não deve ser levado a sério.Francisco de Assis soube viver a harmonia cósmica. Viveu de modo singular a utopia da grande fraternidade cósmica, predita pelo profeta Isaías. Todos os biógrafos ressaltam a relação fraterna de Francisco com todos os seres da criação. Transcreve-se apenas um texto de Celano (1 Cel 80-81).


 
«Seria longo, e até impossível, mencionar tudo quanto o glorioso Pai Francisco fez e ensinou enquanto viveu entre nós. Quem poderá descrever o seu inefável amor pelas criaturas de Deus e a doçura com que nelas admirava a sabedoria, o poder e a bondade do Criador? Ao contemplar o sol, a lua e as estrelas do firmamento, inundava-se-lhe a alma de gozo. Piedade simples, simplicidade piedosa: até pelos vermes tinha afeição, recordado da Escritura, que diz do Salvador: «Eu sou um verme e não um homem!» Por isso os retirava do meio do caminho para lugar seguro, não fossem esmagados pelos que passavam. E que dizer das demais criaturas inferiores, quando sabemos que, durante o Inverno, para as abelhas não morrerem de frio, queria que lhes servissem mel e vinho do melhor? De tal modo o engenho e apego ao trabalho destes pequenos seres o impeliam a louvar a Deus, que chegou a passar um dia inteiro a fazer o elogio destas e de outras criaturas. Como outrora os três jovens na fornalha convidavam todos os elementos a glorificarem e a bendizerem o Criador do Universo, assim este homem, cheio do espírito de Deus, jamais se cansava de glorificar, louvar e bendizer, em todos os elementos e em todos os seres, o Criador e Conservador de todas as coisas.
 
Que arrebatamento o seu quando admirava a beleza das flores ou lhes aspirava o delicado perfume! Imediatamente se reportava à contemplação dessa outra Flor primaveril, radiosamente nascida do tronco de Jessé, e que, mercê da sua fragrância, restituíra a vida a milhares de mortos. Quando encontrava muitas flores juntas, pregava-lhes e convidava-as a louvarem o seu Senhor, como se fossem dotadas de razão. O mesmo fazia diante dos trigais e dos vinhedos, dos rochedos e das florestas, das belas paisagens ridentes, das fontes, dos jardins, da terra e do fogo, do ar e do vento, convidando-os com simplicidade e pureza de alma a amarem e a louvarem o Senhor. A todos os seres chamava irmãos. Com penetrante intuição lograva descobrir duma maneira maravilhosa e de todos desconhecida o mistério das criaturas, pois gozava já da gloriosa liberdade dos filhos de Deus. Agora que ele está nos céus, com os anjos Te louva, ó bom Jesus - ele, que na terra proclamava, diante de todas as criaturas, que só Tu és digno de amor infinito.»

No Monte Alverne



Monte Alverne

Na Toscana, existe um monte rochoso e coberto de bosques, inacessível e sublime, com fendas horríveis cobertas de musgo e de frescor. Há muitos anos, o conde Orlando de Chiusi lho doara, em sinal de devoção, para que se servisse dele nos seus encontros com Deus.

Em agosto de 1224 subiu Francisco com alguns irmãos os mil e trezentos metros do Monte Alverne. É difícil ao turista que sobe hoje de automóvel esse monte, imaginar o que significava para Francisco, já esgotado, viajar a lombo de burro pelos caminhos sinuosos até chegar ao cimo da montanha, onde ela parece abrir-se subitamente, oferecendo, do alto duma rocha íngreme, vista para os vales lá embaixo. Cuidados, privações e enfermidades tinham enfraquecido o corpo desse homem de quarenta e dois anos. Francisco sempre se sentiu à vontade nos cumes das montanhas. Desejava afastar-se das últimas preocupações a respeito de sua Ordem, das decepções e da falta de compreensão. Pediu que o levassem a uma abertura na rocha, onde ainda se vê uma grade no lugar em que ele dormia; pode-se supor que não foi mudada muita coisa naqueles blocos de pedra úmidos e mofados.

Ano após ano, penetrava cada vez mais na essência de Deus até chegar à mais elevada forma que se possa imaginar na terra: à contemplação mística de Deus. É esta contemplação mística que ele experimentará de uma forma única na solidão do Alverne, pelo espaço de quarenta dias (de 15 de agosto até 29 de setembro, festa de São Miguel). Ele se retira do convívio de seus irmãos e só o irmão Leão pode lhe levar diariamente um pouco de pão e água durante a sua viagem mística ao invisível.

(Do livro Francisco de Assis, Profeta de Nosso Tempo, de N. G. Van Doornik)





DIMENSÕES IMPORTANTES DA "ECOLOGIA FRANCISCANA":



:: As coisas apontam na direção de Deus. Mas não são Deus. Francisco não pode ser acusado de panteísmo porque marcou bem a diferença entre o Criador e as criaturas.

:: São Francisco visa em primeiro lugar ao Criador e não à criação. Só assim pôde ver a beleza do mundo e não simplesmente a sua utilidade.

:: Por uma questão de sobrevivência é indispensável preservar o meio ambiente. Mas os franciscanos fazem-no ainda por outra razão mais profunda: por respeito ao Criador.

:: O homem não é o senhor absoluto da natureza. Deve aceitar a sua condição de criatura.

Confrontemos a nossa atitude por vezes materialista, utilitarista e consumista com a de Francisco, que em tudo e com todos canta os louvores de Deus Criador.


O amor e respeito de Francisco pela natureza não era abstrato, convencional e impessoal. Tratava cada ser com delicada cortesia, sempre respeitando a sua própria individualidade e lugar priviligiado no cosmos. A partir da sua fé, razão de ser de toda esta visão, celebrava a grande presença de Deus na criação.
O olhar de Francisco sobre as coisas revela também a sua pobreza. Tudo é obra do Senhor. Tudo é propriedade de Deus. Francisco nunca foi interesseiro e egoísta, nem tão pouco instrumentalizador. Para ele, as coisas devem ser conservadas ou protegidas não tanto pelo seu valor para o uso, mas sobretudo porque existem. Estava liberto da cobiça e do desejo de posse e de domínio. Coloca-se no meio das criaturas, não acima delas; canta o Senhor através das criaturas.

No Cântico do Irmão Sol, Francisco exprime simultâneamente o seu coração de crente e de poeta. Por detrás, contudo, não estão somente razões teológicas e, muito menos, poéticas. Francisco não se serviu poeticamente das criaturas, não as reduziu a simples metáforas e alegorias de profundas experiências pessoais e religiosas. Elas não perdem a sua identidade. Para Francisco nada é destruido ou desvalorizado, nem mesmo em função do religioso. Por outro lado, Francisco não pára nas criaturas, mas sobe até ao seu Autor e Criador.

Francisco é o homem «total»: não coloca o espírito de um lado e o corpo (matéria) de outro. Por isso, nele estão unidas ascese corporal e espiritual, fé e vida. Em tudo queria seguir os vestígios de Cristo. Em todas as coisas descobria uma relação com Cristo. Assim se distanciava Francisco dos outros movimentos religiosos do seu tempo, particularmente os cátaros, que defendiam uma atitude de desprezo para com os seres criados.