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sábado, 18 de junho de 2011

No Monte Alverne



Monte Alverne

Na Toscana, existe um monte rochoso e coberto de bosques, inacessível e sublime, com fendas horríveis cobertas de musgo e de frescor. Há muitos anos, o conde Orlando de Chiusi lho doara, em sinal de devoção, para que se servisse dele nos seus encontros com Deus.

Em agosto de 1224 subiu Francisco com alguns irmãos os mil e trezentos metros do Monte Alverne. É difícil ao turista que sobe hoje de automóvel esse monte, imaginar o que significava para Francisco, já esgotado, viajar a lombo de burro pelos caminhos sinuosos até chegar ao cimo da montanha, onde ela parece abrir-se subitamente, oferecendo, do alto duma rocha íngreme, vista para os vales lá embaixo. Cuidados, privações e enfermidades tinham enfraquecido o corpo desse homem de quarenta e dois anos. Francisco sempre se sentiu à vontade nos cumes das montanhas. Desejava afastar-se das últimas preocupações a respeito de sua Ordem, das decepções e da falta de compreensão. Pediu que o levassem a uma abertura na rocha, onde ainda se vê uma grade no lugar em que ele dormia; pode-se supor que não foi mudada muita coisa naqueles blocos de pedra úmidos e mofados.

Ano após ano, penetrava cada vez mais na essência de Deus até chegar à mais elevada forma que se possa imaginar na terra: à contemplação mística de Deus. É esta contemplação mística que ele experimentará de uma forma única na solidão do Alverne, pelo espaço de quarenta dias (de 15 de agosto até 29 de setembro, festa de São Miguel). Ele se retira do convívio de seus irmãos e só o irmão Leão pode lhe levar diariamente um pouco de pão e água durante a sua viagem mística ao invisível.

(Do livro Francisco de Assis, Profeta de Nosso Tempo, de N. G. Van Doornik)





DIMENSÕES IMPORTANTES DA "ECOLOGIA FRANCISCANA":



:: As coisas apontam na direção de Deus. Mas não são Deus. Francisco não pode ser acusado de panteísmo porque marcou bem a diferença entre o Criador e as criaturas.

:: São Francisco visa em primeiro lugar ao Criador e não à criação. Só assim pôde ver a beleza do mundo e não simplesmente a sua utilidade.

:: Por uma questão de sobrevivência é indispensável preservar o meio ambiente. Mas os franciscanos fazem-no ainda por outra razão mais profunda: por respeito ao Criador.

:: O homem não é o senhor absoluto da natureza. Deve aceitar a sua condição de criatura.

Confrontemos a nossa atitude por vezes materialista, utilitarista e consumista com a de Francisco, que em tudo e com todos canta os louvores de Deus Criador.


O amor e respeito de Francisco pela natureza não era abstrato, convencional e impessoal. Tratava cada ser com delicada cortesia, sempre respeitando a sua própria individualidade e lugar priviligiado no cosmos. A partir da sua fé, razão de ser de toda esta visão, celebrava a grande presença de Deus na criação.
O olhar de Francisco sobre as coisas revela também a sua pobreza. Tudo é obra do Senhor. Tudo é propriedade de Deus. Francisco nunca foi interesseiro e egoísta, nem tão pouco instrumentalizador. Para ele, as coisas devem ser conservadas ou protegidas não tanto pelo seu valor para o uso, mas sobretudo porque existem. Estava liberto da cobiça e do desejo de posse e de domínio. Coloca-se no meio das criaturas, não acima delas; canta o Senhor através das criaturas.

No Cântico do Irmão Sol, Francisco exprime simultâneamente o seu coração de crente e de poeta. Por detrás, contudo, não estão somente razões teológicas e, muito menos, poéticas. Francisco não se serviu poeticamente das criaturas, não as reduziu a simples metáforas e alegorias de profundas experiências pessoais e religiosas. Elas não perdem a sua identidade. Para Francisco nada é destruido ou desvalorizado, nem mesmo em função do religioso. Por outro lado, Francisco não pára nas criaturas, mas sobe até ao seu Autor e Criador.

Francisco é o homem «total»: não coloca o espírito de um lado e o corpo (matéria) de outro. Por isso, nele estão unidas ascese corporal e espiritual, fé e vida. Em tudo queria seguir os vestígios de Cristo. Em todas as coisas descobria uma relação com Cristo. Assim se distanciava Francisco dos outros movimentos religiosos do seu tempo, particularmente os cátaros, que defendiam uma atitude de desprezo para com os seres criados.

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